Eu e Tu…
Somos felizmente diferentes
Tremendamente desiguais
Senão lá se ia a nossa Fé
Parte substancial
Dos nossos Ideais…
E perguntas Tu:
Porque te Amo
Apesar das nossas diferenças
Tão grandes
Que se diriam abissais?
E eu respondo:
Amo-te
Porque os meus dias
A pensar em Ti
São sempre diferentes
Apesar da Tua indiferença
Que só se torna presente
Quando te manifesto
A minha ausência…
Estranho Amor Este
Que é mais do que um jogo
De poder afectivo
E assim
Apesar de detestar jogos
Estou com outras
E mostro-te tal
Pois esta
É uma forma
De te querer só Comigo…
Sim…
O corpo de quem não amo
Faz-me pensar
No que poderia de Ti ter
Se calhar
Uma realidade
Que quando a tocasse
Logo a quereria perder…
E numa mistura de sobriedade
Quando estou só
E de embriagues
Quando estou acompanhado
No meio destes estados
Há um ponto de equilíbrio
O tal de te desejar a meu lado…
E eu toco o céu
Todas as noites
Sinto as estrelas
Como tu sentes
Como nós sentimos
Sinto a tua vulgaridade
Que não gosto
Mas estou
Como sabes
Por Ti Apaixonado
E as outras…
As Outras
São Uma Panaceia
Eterna
Da Paixão vulgar
Que tenho por Ti
És um quase Nada
Que não sei porquê
Aprecio
És uma espécie de vício
Que se manifesta
De forma estúpida
Quando desejo
Todas as noites
Estar Contigo…