O Céu dos Corações
Por qual céu voa meu coração agora,
Será no mesmo céu em que outrora,
Este coração se pôs a pulsar?
Em batimento descompassado.
De certa forma mais ritmado.
E assim foi se acelerar...
O mesmo céu que me trouxe o azul e sua beleza,
Também foi o que a natureza
Se fez acinzentar.
Com o cinza também veio a tristeza
E o céu perdeu sua beleza,
Também perde o brilho do luar.
Mas o céu também se contradiz,
Ao mesmo tempo em que quer ser feliz,
Também dispensa o seu alegrar.
Eis que me vem o céu de hora tardia
Mostrar que seja de noite ou de dia,
Este céu ainda pode brilhar.
E me cobrir novamente
De um sentimento ausente,
Também do brilho do luar.
O cinza se transforma em colorido,
E renovando o seu brilho
O céu outra vez se faz estar.
Trazendo também outras paisagens,
Para quem estiver de passagem
Ou a quem se propõe a ficar.
Abraça e dá acolhimento.
E neste exato momento
Um laço se faz a atar.
Um coração volta ao descompasso
E envolvidos nesse enlaço,
O céu não vai se acinzentar.
Apenas abrirá espaço
A outros brilhos existentes,
Da lua, de sorrisos, de gente,
De gente que se põe a amar...