Intuições do sexo
A tarde é quase noite,
o frio é o meu agasalho escolhido,
teu amor, meu sereno mais do que obscuro.
Desço de algum céu infecundo,
deito sobre teu corpo liso e desnudo
e novamente é noite e nasce outro dia
dentro dessa mesma noite que nos tem em alforria,
mas presos pelo sexo.
Gemem as carnes no amor de tudo,
do proibido ao lúdico,
do celestial ao insólito.
Se amo a rainha, detesto o reino e não conheço o rei.
Meus ardentes beijos são os teus mais doces desejos
e o meu amor, tua mais alegre dança
incontida entre o inferno e o céu de nossa cama.