Em Certas Noites…
Gosto de me deixar mentir ao tempo
Deixo que ele passe em mim
Sem que o note passar
Tenho um gosto especial
De me deixar estar
Até ao sol
Começar a despontar…
Ficando em casa
Com o supremo desafio
De preencher folhas em branco
Onde as marcas desse tempo
As preenchem com a minha interioridade
E tem que ser naquele momento
Porque amanhã
Pode ser demasiado tarde…
E assim
Num papel
Virtual de um ecrã
Ou num bem palpável
Bem real
Escrevo pela milésima vez
Que te Amo
Aquilo que te escondo
Agora
Aquilo
Que se mesmo que estivesses comigo
Em mim
Não vês…
Onde te digo
Nessas cartas
Que torno em poemas
Que não sei se irás ler
Apesar de elas estarem na grande rede
Por onde sempre andaram os nossos afectos
Que o Amor
Perdura
E perdurará
Não obstante
Se ter perdido a magia
E eu não entender
Porque ainda fazes bater
De forma desconcertada
O meu coração
E se aproxima do abismo sensitivo
A minha alma
Não me percebo
Nem te percebo
E penso que jamais o conseguirei
Deixando mais espaços em branco
Para outras noites
Mais intimistas
Onde nesse papel
Direi
Mais uma vez
Que sinto a tua falta…