Em Certas Noites…

Gosto de me deixar mentir ao tempo

Deixo que ele passe em mim

Sem que o note passar

Tenho um gosto especial

De me deixar estar

Até ao sol

Começar a despontar…

Ficando em casa

Com o supremo desafio

De preencher folhas em branco

Onde as marcas desse tempo

As preenchem com a minha interioridade

E tem que ser naquele momento

Porque amanhã

Pode ser demasiado tarde…

E assim

Num papel

Virtual de um ecrã

Ou num bem palpável

Bem real

Escrevo pela milésima vez

Que te Amo

Aquilo que te escondo

Agora

Aquilo

Que se mesmo que estivesses comigo

Em mim

Não vês…

Onde te digo

Nessas cartas

Que torno em poemas

Que não sei se irás ler

Apesar de elas estarem na grande rede

Por onde sempre andaram os nossos afectos

Que o Amor

Perdura

E perdurará

Não obstante

Se ter perdido a magia

E eu não entender

Porque ainda fazes bater

De forma desconcertada

O meu coração

E se aproxima do abismo sensitivo

A minha alma

Não me percebo

Nem te percebo

E penso que jamais o conseguirei

Deixando mais espaços em branco

Para outras noites

Mais intimistas

Onde nesse papel

Direi

Mais uma vez

Que sinto a tua falta…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/09/2010
Código do texto: T2530532
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