O veneno

É suave o veneno

Entorpece a razão

Ensandece a libido

Inebria o coração

E como é doce o veneno

E como são intensos os calafrios

Não matam, nem engordam

Mas causam constantes desvarios

Uma só gota do veneno

Pronto, está feito o estrago

Nos olhos, um brilho estranho

Na boca, um gosto amargo

Mas não era doce esse veneno?

Sim, a paixão é doce inocência

Entretanto, após amadurecê-la

Uns poucos recobram a consciência

E o pobre envenenado

Estava apenas apaixonado

Se a paixão tornou-se amor

Tão maior pode ser a dor

Se o amor criou raiz

Poderá ser muito feliz

Se só da paixão ele sorveu

De solidão o pobre morreu

Bia Mendonça
Enviado por Bia Mendonça em 30/09/2006
Reeditado em 26/12/2016
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