A FILOSOFIA DO AMOR

Nascido nos primórdios impulsivos e preâmbulos evolutivos

Esparramou-se além dos livros desde que descrito nos instintos

Sacia dando sede aos famintos, falando no silêncio de seus gritos

Cardíacos estrondos aflitos, favos ceifados em ramas de absintos!

Lava que ferve nas artérias da plebe e nas veias da nata

Vida que mata, sorte que deserda em meio ao lucro sem mérito

Um perigoso crédito de eterna dívida insensata

Lucidez astronauta morando no andar superior do insano prédio!

Química sem mímica, que sorve energia da matemática verbal

Veracidade teatral que vinga e reina nos tronos da submissão

Régia missão, do sonho a paixão, das venturas o sal

O destino final e o abraço fatal do real com a ilusão!

Rota sem volta, lacuna inaudita e sem clones possíveis

Vaticínios imprevisíveis em pleno traslado de asas imunes

Moradas em cumes, setas miradas em ápices indesistíveis

O maior e mais belo dos níveis, coletânea de infindos volumes!

A miragem maior da visão presumida e o canto mais raro da cena

O produto ausente à venda, a visita que sempre regressa

O desejo confesso e com pressa, o mal que o bem recomenda

Ao alcance de quem não o entenda, doado mesmo a quem não peça!

Não é compensado por seu similar, por algo qualquer sequer é vencido

Não é santo ou bandido, não é feito e tampouco termina

É dádiva e não sina, terá chegado e nunca haverá de ter partido

O amor que trago comigo é algo que me cura à medida que me contamina!

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