Até agora, não crês no meu amor?...
- “Se te amei?... Se te amei?...” - E tanto!...
- Ainda perguntas com dúvidas inquietas?
Quantas vezes derramei meu pranto
E sofri em silêncio lágrimas mui quietas...
Se meus suspiros a ti não chegaram
Não tenho culpa. Matei minha vida.
E os anos todos que me carregaram
Foram de martírio e dores mui sentidas...
E a gora tens medo de te aproximar?...
Que eu não saiba este amor guardar
Até o momento derradeiro em vida?...
Se assim te amei por estes anos todos,
Eu te deixaria agora, em meio a arroubos,
Como vingança porque muito sofrida?...
Se não crês no meu amor, lamento...
Se não confias, por medo que eu te deixe,
É porque não viste o meu sofrimento
E ninguém contou... Queres que eu me queixe?
Mas isto eu não faço, tu não tens a culpa,
Se eu não vivi, se eu só fingi viver...
- Mas também não creio em tua desculpa
Que agora é tarde para o bem-querer...
Se sangrei meus pés e minhas mãos na vida
Fui eu que escolhi, da forma mais sentida,
Para te poupar de dor muito maior...
Se não valorizas o meu sofrimento
E tu não entendes meu desprendimento
Deixa-me esquecida... Será bem melhor...