Incerto
Os dias se passam velozes
e minha carência persiste
em dar para mim o desprezo
e o peito magoado e tão triste.
Não quero que sintas remorso
de mim tafulão vagabundo,
nem tenhas no peito o rancor,
a mágoa guardada no fundo.
Eu quero que guarde consigo
momentos sinceros, felizes,
momentos eternos que tanto
cobriram letais cicatrizes.
Porque guardarei cá comigo
teus risos, teus versos meu bem,
e tuas loucuras diversas,
carinhos mimosos também;
as tuas palavras sentidas,
teus beijos fogosos demais,
as lágrimas doces, sofridas,
abraços? Esqueço jamais!
Desejo do fundo do peito
que nunca se esqueças de mim
que guarde consigo meu riso,
meu jeito maluco-arlequim.
E tudo jamais passará
no tempo que avança que avança...
Quem sabe no manto neo
guardemos a boa lembrança.