Uma…(e Tu vens…)
Lágrima caída
Dizes tu
Que não ajuda
E ainda piora a ferida…
De teimarmos
Digo eu
Em não partilhar
Uma Vida
Sendo cada um condenado
Neste eterno
Perpétuo
E insuportável separar…
E Tu vens
De vez em quando
Pensando ser Jesus
Querendo os mortos
Ressuscitar
Os mortos que são os sentimentos
Que em mim
Teimas em semear
Para logo desapareceres
Quando eles começam a florescer
Deixando-me com essa sensação
De que o belo de ti para mim
Nasce
Para logo ter que morrer…
Relegando o Amor
Que para mim é algo de único
Algo de sagrado
Para os afectos secundários
Que tens em relação a mim
Que aparecem ao acaso
Quando algo nos outros
Não é do teu agrado…
E assim vens
Vens como as estações do ano
Mas de uma forma aleatória
Vens
Quando a minha presença
Toca na tua memória…
E te recordas
O que está fechado no teu subconsciente
Recordas que me amas
Embora esse amor seja algo de insuportável
Que só o sentes
Quando já não podes evitar
Esse tipo de sentimentos
Que correm o risco de te afogar…
Então vens
Para verter esse copo de sentires
Para nele não te deixares embriagar
E vens
Porque sabes
Que eu nunca ousarei
Te recusar…
Porque há
Uma magia
Em nós
Que em mais lado nenhum
Em ti
E em mim
Pode ter lugar
E tu vens
Porque sabes
E sentes
Ao contrário de mim
Que a Eternidade
E tudo o resto
Pode
Por nós esperar…
Então Tu Vens…