A Prisão (completa)

I A Prisão:

“Ouça a agonia no grito do bárbaro;

Seu único lamento é o mesmo que dos pássaros excluídos,

a eterna busca do ninho.

Os ventos são frios;

e os cálices com cerveja aquecem;

mas não permanecem como meu amor por ti donzela;

o álcool aquece meu corpo;

mas congela meu coração;

como frias mãos invisíveis.

A cena sempre se repete;

Como os dias para um cego;

o homem, a taverna, a cerveja.

Tu falas de amores eternos,

Mas ainda não os compreende;

até mesmo quando vislumbra meu

coração submerso em um cálice,

aprisionado por sua efêmera beleza.”

II Ainda Prisioneiro:

“Mesmo vivendo com o constante

calor da batalha todos os dias,

meu coração está enferrujado

como uma velha espada que desliza

sobre minha carne sem me ferir.

...ainda prisioneiro...

Sou inquebrável, invencível,

embora tenha a batalha como mãe,

os fiéis amigos como irmãos e

meu escudo seja intransponível,

você parece facilmente atravessá-lo

com uma lança, que

não é afiada, mas bela.

...ainda prisioneiro...”

III Libertação:

“ Minha hora chegou,

aquele último e doce momento.

Encontro-me caído ao chão

no campo de batalha com um ferimento mortal.

Estou ao lado de meus irmãos,

estou honrado disto.

Fecho os olhos, mas um calor

me força a abri-los.

Era ela...

Loura, nua e de espada em punho.

Minha valquíria...

A cerveja não terá mais gosto de sangue,

pois agora estou livre de meus anseios.

...venha me levar aos teus braços...”

Giomar Rodrigues
Enviado por Giomar Rodrigues em 27/09/2010
Reeditado em 28/09/2010
Código do texto: T2524035
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