BILHETE

Ontem vi você passar por mim,
Andar altivo, linda, cabelos ao vento,
Do exato jeito que sempre a quis,
Exatamente como a vejo na saudade.

Olhei rapidamente seu rosto risonho,
Disfarçadamente, para não me delatar,
Não quis que olhasse meu semblante,
Para não perceberes minhas vontades,
Para não te envaidecer ainda mais.

Impossível não reviver momentos,
O gosto do teu beijo ainda está na minha boca,
O calor do teu abraço ainda me aquece,
Teu mimo ainda me faz sentir teu homem,
Ainda sinto o prazer do teu corpo meu.

E vi você sumir na esquina seguinte,
Porém, suspirando olhei uma última vez,
Ainda pude perceber seu frágil disfarce,
Percebi que também me olhasses de soslaio,
Quiçá com sentidos fúlgidos assemelhados.

Deixa o mundo correr em volta de nós,
Dar suas voltas sobre si e ao nosso redor,
Quem sabe nos encontremos em outra lua,
Sem esquinas, sem calçadas, sem resquícios,
E orgulhosamente admitimos intenções iguais.

Não vou confessar que te quero sempre,
Nem pedir que digas que não me esqueces,
Deixe que as madrugadas nos castiguem,
Deixemos que a solidão faça-nos admitir,
Que nas estrelas tem um só caminho para nós dois.



Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 27/09/2010
Código do texto: T2523357
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.