Em confissão


Conto da saudade,
Conto da falta que me fazes,
Dos dias ocos, vazios,
Da solidão,
Dos quentes dias frios...
 
Quero rabiscar essa dor,
No afã de poder apagar
Mas, qual o quê, ela é feita na carne,
Tatuo-se em mim devagar,
Fez da minh’alma andor.
 
Digo-me em desabafo,
Conto aqui em confissão,
Esse amor ficou em mim encarcerado,
Preso no infindo,
Abissal do coração.
 
Já não posso tentar arrancar,
Pois que sangra profundamente,
Nada poderá apagar,
È chaga aberta,
Penúria,
É dor que aniquila,
Amargamente.
 
Conto para minorar,
Aliviar,
Trazer alento,
Tinta, sangue, sal, que seja,
Qual mata-borrão do sofrer,
Confesso,
 Para o peito serenar.
 
Conto aqui do que aflige,
Da imensa ausência que és em mim,
Conto em verbo,
Palavras cruas, feridas,
Em tortas rimas tão sentidas,
Confesso amor e exacerbo.
 
Amo-te,
Hoje e sempre,
Será assim,
Por toda a vida.
 
 
 

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 27/09/2010
Código do texto: T2523055
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