juiz condenado

pra quê esse jeito impaciente

de ouvir as promessas que fiz?

pra quê se tremer quando diz

que não sabe mais o que sente?

pra quê esse modo indulgente

de achar que eu sou infeliz?

pra quê, num apelo fremente,

citar São Francisco de Assis?

pra quê, se você segue em frente

tão certa que vai ser feliz,

enquanto eu me julgo impotente,

a planta que não tem raiz?

pra quê, se a vida é somente

o réu que condena o juiz?

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 27/09/2010
Código do texto: T2522768
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