juiz condenado
pra quê esse jeito impaciente
de ouvir as promessas que fiz?
pra quê se tremer quando diz
que não sabe mais o que sente?
pra quê esse modo indulgente
de achar que eu sou infeliz?
pra quê, num apelo fremente,
citar São Francisco de Assis?
pra quê, se você segue em frente
tão certa que vai ser feliz,
enquanto eu me julgo impotente,
a planta que não tem raiz?
pra quê, se a vida é somente
o réu que condena o juiz?