Ao amor que permanece
Sejam minhas as mãos
Que percorrem caminhos
Que só a elas pertencem.
Sejam minhas as mãos
Que o façam por desejar
As trilhas conhecidas
E por nelas ver
Atalhos sempre novos
A desbravar.
Sejam meus, e para sempre,
Aqueles pensamentos
Que vão e vêm e da imagem,
Que é minha, fazem alento;
Que do meu rosto tecem
Mil encantos não fugidios
E paixões intensas
Que se sempre se recriam
E permanecem.
Que seja meu esse amor
Não volátil, não suspenso
Pelas tramas da incerteza;
Revestido pela doce
E infinita calmaria
De reconhecer-se inteiro
Naquele que se amou um dia,
E amá-lo ainda no presente
Fazendo do hoje, sempre.