Não gostas mais de mim...
Do abstrato da matéria minha alma virou carne,
desiludida por teu coração vazio, safado...
querendo deglutir-me cheio de pecados,
como se amar fosse um ato cheio de deslimites.
És um sonho acordado que eu tive entre a lucidez e a loucura,
cheio de portas abertas e no meio da rua,
carnavalhando o que eu quisesse ser contigo,
ao beijar-te livre e amarrada feito mulher de um castigo..
Agradeço-te pelo trago do café amargo, ralo e com gelo,
pelo beijo seco e cheio de pesadelos
quando tua boca seca veio beijar a minha.
Meu fôlego se foi sem o ar de nada,
cortou meu pés e acabou a estrada
e eu fiquei para te amar sem nunca ser amado.