ABRACEI MEUS OMBROS
Estou nesse momento,
abraçando meus ombros pra absorver
a luz da lua que caiu sobre eles,
um impacto em mim,
repentino, me fez escombros,
sem poder fazer nada,
me senti vazio, vil, reles!...
Ah, primavera, ah, setembro!
E eu, covarde, fugi do seu fulgor!...
Para não sofrer,
caminhei tentando não olhar o céus,
mas andando os céus me viram,
e deixei inundar de prata,
devagar, na noite, infinitamente calma!...
Os meus pensamentos viraram lua,
e aquela saudade escondida,
voltaram porque meu coração te chama
vieram lembranças tão suas,
atormentar um pouco mais a minha alma!...
Como se já não bastasse as feridas,
como se não fosse pesado meu fardo!...
Ah, eu queria ter a corrente, quebrado,
mas o tempo não me permite,
e neste silêncio da noite,
eu fico aqui na rua plantado,
pensando se ainda sou o amado,
da lua de prata querida!...
Muitas voltas serão dadas,
que sabe quantas? Milhares talvez!...
E eu, na minha pequenez, assisto
e por muitas infinitas vezes insisto,
por ser minha alma desse jeito apaixonada,
busco nas vidas a minha amada,
pra recomeçar tudo outra vez!...