NA ROÇA
NA ROÇA
Hoje como sempre aconteceu algo conosco
De repente estávamos em um enrosco
Uma roça caipira no meio da metrópole
Sem arrogância que ocorre na Acrópole
Porta de madeira pesada e teto de palha
Na cama quadrada meu corpo se espalha
Sela e arreio pelas paredes da luta diária
Você me amarra e cavalga e é proprietária
Entre amarras e laçadas sou todo gemido
E eu arfando você não ouve o meu pedido
E resta apenas gemer sob você toda desnuda
E na explosão com certeza você não foi muda
Você me liberta durante a sua recuperação
E liberto deixo de ser gado e entro em ação
Entre beijos e carinhos eu apenas te domino
E brincando com as correias pareço menino
Entre seus suspiros ou seriam gritos de prazer
Vendo os seus olhos sem falar o que vou fazer
E entre mordidas e lambidas sou satisfação
E tanto fetiche na roça que até falta imaginação
Então quero vê-la solta como atriz no estrado
Exploro o seu corpo todo no muro pintado
E quando percebemos estamos na cachoeira
Nem a água turbulenta apaga nossa fogueira
O prazer liberado jamais será medido
Muito menos na lógica será entendido
Não importou o sol que correu no firmamento
E nem os maus sentimentos como o sofrimento.
E de volta a realidade quero por no papel
Todo o prazer e reboliço de nosso tropel
Penso em sua boca e seu sexo neste poema
Mas como deixá-lo a altura é meu dilema
Fiquei com saudades!
André Zanarella 22-09-2010