Doce
Hoje as loucuras vieram á tona, curti na boa.
Com você aqui, ninguém me chama, nem escuto,
A terra, o mundo, o curupira, o saci, as crianças,
Mula sem cabeça é interessante!
Passa correndo. HEHEH!
A cuca tentou fazer uma magia, pra me conquistar.
Até a Noiva de branco, que anda pelas dunas desta ilha.
Quis me atazanar!
E o mundo encantado, da branca de neve, cinderela,
Já não é mais o mesmo.
Eu andava, de mão dada com você pela floresta.
E o lobo mau, ficava sempre tentando armar pra nós.
Depois que você chegou, e conquistou minha obstinação.
Fiz pro mundo um relato, de todos os meus pensamentos.
Talvez, eu sofra de algum tipo de esquizofrenia aguda.
Na mata, em meio a gritos de animais ferozes.
Resolvi dizer a você, que eu era o boi tatá, o protetor das matas!
Você sorriu, achando que era brincadeira.
No mesmo instante, mostrei minha verdadeira face.
Logo voltei ao meu disfarce de homem. E continuei andando.
Você calou-se, eu cantava feliz, por ter mostrado a verdade.
Quando num repente, tudo escureceu, as matas se fecharam,
As árvores falavam que algo estava errado na floresta.
As bruxas da ilha chegaram rapidamente, em suas vassouras, relatando o causo.
Os homens da cidade grande estão a caminho. Querem invadir nossa floresta.
Olhei pra você, e mandei-a ficar num lugar seguro.
Você disse que iria comigo, que queria ajudar a floresta.
Eu disse que era perigoso.
Você insistiu, disse que queria defender a floresta.
Subimos no unicórnio voador, e fomos até o alto do morro da Pedra Branca
Visualizamos os desbravadores sanguinários.
Vinham, com máquinas destrutivas.
Precisávamos agir rápido!
E na caverna encantada reunimos toda bicharada, e os protetores lendários.
Numa reunião rápida, montamos uma estratégia.
As bruxas jogariam feitiçarias, para que eles perdessem os sentidos!
Usaríamos você, que rapidamente virou a musa das matas, como isca.
Não gostei da idéia, mas você adorou. É mulher decidida!
Os desbravadores seriam levados, para a gruta do destino.
E a alma da Floresta daria uma boa lição neles.
E assim transcorreu, seguiram você, enfeitiçados.
Eu observava de longe a sua ousadia, a beleza que encantava a todos.
Mas não podia perder a atenção da missão.
Foi assim que percebi algo estranho, no comportamento de um desbrava-dor.
Ele estava indo em sua direção, mais rápido, diferente dos outros.
Vi que ele puxou uma faca!
Eu não poderia aparecer diante de todos, pois o feitiço seria quebrado, e seria iniciada uma grande guerra.
Não tinha como avisar.
Foi quando o desbravador aproximou-se, e agarrou-a colocando a faca em seu pescoço.
Só pensava em salva-la, em acabar com aquele desbravador.
E assim o unicórnio pousou, e segui por terra atrás do grupo.
O homem berrava, e ameaça acabar com a sua vida.
E ele perguntava sobre como quebrar o encanto.
Demonstravas força, respondendo que era o fim pra ele.
O rio que cortava a floresta estava à frente.
Iniciaram a travessia
E num piscar, a você virou um dragão enorme!
Descobri quem você era, a protetora das águas doce.
E Aniquilou o desbravador.
Os demais seguiram enfeitiçados,
E a Alma da floresta,
Fez deles escravos das matas, por um ano, para aprenderem a lição.
A floresta voltou ao seu normal.
Nós dois caminhávamos pela floresta calada
Você estava de partida.
Eu triste, por perder de vista, a mulher mais linda.
A mulher mais doce!
E quando chegamos à beira do rio.
Você despediu-se com um olhar triste
Beijou-me
Entrou no rio, virou água, e se foi.
A vida na floresta nunca mais foi a mesma.
E quando quero sentir a mulher mais doce.
Vou banhar-me no rio para sentir teu espírito.