O Porquê

O Amor deveria ser tratado como Maomé para os islâmicos:

algo intocável, impensável,

referenciado apenas sob um supremo respeito

e sob juras de maldição caso venha a ser difamado o seu nome.

O Amor parece as vezes um animal raro,

daqueles que habitam a montanha mais distante,

da região mais remota,

do país mais esquecido.

País este, já vizinho da República das Idéias.

O Amor é a partícula sub-atômica

mais arteira e esguia que se tem notícia:

aparece num quase-instante,

dentro de um quase-espaço

e de tão fugidio, quase confunde-se com o Nada.

Mas o Amor existe. É fato.

Só não sabemos onde.

Só não sabemos quando.

Só não sabemos o porquê.