poema de 23-09
o amor
não é aquisição modesta
é labuta, é jornada
digna de júbilo e festa
o amor
não é assim só isso
fixa, marca, crava
não se faz postiço
e o que dele se leva
talvez o saiba eva
que por deixar-se abrasar
viu seu eden subitamente desabar
o amor
lentamente contamina
mata células imaculadas
e alimenta as fesceninas
o amor
não é assim tão singelo
está cercado de enigmas
um sólido castelo
e o que dele se aproveita
talvez o saiba julieta
que por amar demais
entregou-se às indelicadezas sepulcrais.