O JARDIM SECRETO
O jardim secreto
Entre tantos sentimentos conflitantes,
Que povoam o coração de quem ama,
Minhas veias se apertavam angustiadas,
Num ritmo forte quase explosivo.
O sangue de meu corpo debilitado,
Passeava pelas aléias geladas e desertas,
Cheias de árvores ressecadas, sem folhas,
Ouvindo o vento torturante e impiedoso,
Empurrando as camadas finas de gelo,
Murmurando como milhares de fantasmas,
Atravessando os espaços do meu coração,
Me sentia perdida sem vontade, sem norte,
Pronta a me entregar a própria morte.
Meu corpo tombado ao chão fugia
Para longe em busca do calor do sol.
Enquanto minha alma sonhava livre,
Voar, voar, voar como se fosse borboleta.
Pousando de flor em flor docemente.
Contando secretamente a cada uma delas,
as maravilhas escondidas entre as sementes,
promessas de renovação da vida,
Que ainda levemente adormecidas,
Esperavam o momento da Criação.
Para chegar numa só explosão.
E a borboleta de minha alma
Ergueu suas asas em direção ao sol
E avistou lindo campo iluminado
Cheio de verdejante gramado,
Numa passagem estreita como porta,
Se arriscou, encontrando enfim,
Lindo jardim perfumado e florido,
Recanto secreto e tão bem escondido.
Meu corpo se enchia de vida,
Despedindo-se do triste inverno.
Minha alma enfim ressurgia
No jardim secreto de meu coração.