E Um Homem Olhou…

Para o que o rodeava

Feliz por ser o que era

Mas insatisfeito

Com algo na sua realidade

Desejou que uma certa lógica dos seus sonhos

Tomasse o caminho da verosimilhança

Que as Estrelas tivessem asas de Borboletas

E que as Borboletas possuíssem o brilho das estrelas

Pensou em tal

E deu consigo a sorrir

Sim era plausível

Esta sua forma de sentir…

E assim naquela noite

Deixou tudo de lado

Desligou os meios de comunicação

Deixou as suas prováveis companhias

E pensou no que imaginara

Deixou fluir as horas

Deixou que elas mentissem

Deixou que elas se medissem em séculos

E não em segundos

Deixou-se levar pela imaginação

Onde os seus amores

Lhe eram doces

E não lhe trouxessem as habituais

Dores da solidão…

Teve então assim um diálogo

Entre as três entidades

Que eram apenas duas

Teve lugar

A noite de amor

Com a qual

Só os mais ousados e dotados poetas

Conseguem conceber

Conseguem imaginar

E de facto a noite

Durou um milénio

Foi a mais bela

Das suas diferentes e imensas vidas

Surgida e gerada

Para nunca mais acabar

Sendo que a madrugada

Que finalizava com tudo

Algures

Num tempo indefinido

Acabou por chegar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 21/09/2010
Código do texto: T2512505
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