Óh Lua, cadê teu brilho?
Quem falou que podia?
Sentado no banco mudo,
ao brilho daquela lua nova,
ele estava com seu Escudo.
Lembrando toda a glória,
do trabalhador aflito,
no traçar penoso escória,
lhe persegue o conflito.
A ninguém foi tão aceito,
no conceito mais perdido de si,
de um amor quase perfeito,
emoção sem dose, estreito.
Guardado por esse brilho,
está sentado esse maltrapilho,
sem marcas de ladrilho, esvanece
e o homem imóvel permanece.
Não há luz, nem leão que ruge,
nada surge,
nem borboletas azuis,
nem a vaca que muge.
INVITÁCION. Edinaldo Formiga. São Paulo: 05/12/12