DA LONGA ESPERA






Cessam-se as lágrimas.
o que foi devaneios – despem-se,
e nos olhos da moça um punhado de desejo
Um beijo.
E a boca insaciada – sacia-se.



Da longa espera
Dá-se para ver o esôfago do livro, a fresta da janela.
O telefone que se moldura – o rastro da velha cidade
A roupa fina no armário desdobra-se em claridade.



Da longa espera
Dá-se para ver o vestir da casa – a planta –
O pássaro, o santuário, o viaduto.


Uma varanda nua
O violão que era mudo.


ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 20/09/2010
Reeditado em 20/09/2010
Código do texto: T2508857
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