Poema 0828 - Realidade

Em minhas mãos um copo de vida, vazio de vida,

vidro imperfeito de realidade feito de sonhos,

bebida que não mata a sede de amor,

sentimentos que matam a dor, palavras.

Tomo um trago d'outras bebidas que não vida,

vôo por entre pesadelos que não vida,

amo com sentimentos que não vida,

vivo com medos que não da minha pobre vida.

Preciso do sonho colorido, um bem infantil,

razão para não fazer nada e não pensar no amanhã,

como um dia escrevi naquele meu primeiro caderno,

quero a morte, longe, bem distante dos meus amores.

Ontem voltei a escrever amor numa nuvem passageira,

não aquela que acompanhei por longos anos e não me notou,

voltei aos meus sonhos, não os infantis, não chorei,

fiz um brinde ao novo amor, sem o qual caminhei até ontem.

27/09/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 27/09/2006
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