Sobrevivente do amor
Hoje eu sobrevivo como numa façanha,
Como quem vem da guerra de outra terra estranha,
E já não reconhece a própria terra,
Assim eu estou sem me reconhecer.
Sem entender o meu próprio ser.
Foi uma batalha travada entre o peito e a dor,
De um coração já sofrido, dias de terror...
Atacado pela tristeza de um combatente gigante,
Que persiste em nos rondar a todo instante,
Este combatente é a solidão travessa,
Que consome nossa cabeça,
Achando que assim devemos permanecer,
Sem companhia, sem amigos, sem sentimentos
É e neste exato momento que temos que nos erguer,
Deixar preparadas as armas,
E seguir nesta batalha sem jamais esmorecer.
Mas esta guerra não é fácil, o combatente é um soldado solitário,
Contra adversários diversos, e é neste mesmo universo,
De combater seu próprio ser,
É uma batalha travada, entre ser só ou ser amada,
Quem será que vai vencer?
A guerrilha então começa, o amor sem muita pressa,
Só vai parar se morrer.
Outros sentimentos também se misturam nesta batalha travada,
Tentando tornar a alma desalmada,
Para esta padecer.
Mas o soldado solitário segue no seu calendário,
E novas forças a passa a ter,
Reanima-se de novo, mas sem tiros de avanço,
Apenas escancara o peito, não pra servir como mira,
Mas de escudo que o protege, assim ele mesmo se elege,
O soldado e a liderança, e ganhando confiança,
Pra tentar sobreviver.
Avançando mais um passo,
Sem temer a artilharia da angústia e da agonia
Que vão soltando os disparos,
Sem nenhum medo de abalos
Nenhum medo de perecer.
Mas o soldado é forte e segue cada vez mais adiante,
E neste mesmo relance se vê mais radiante,
Um combatente a crescer.
Enche o peito de coragem, seguindo em sua passagem
Ao amor não vai temer.
Nem vai arrancá-lo do peito, vai lutar com mais efeito,
Enquanto este existir.
Sem erguer bandeira branca, a cada passo se alcança
Um pouco mais do viver...
E assim ele sobrevive aos disparos de contra ataque
Do receio e da insegurança, por que de viver não se cansa
O que mais se pode ver...
Não é preciso bandeira branca
E nem tiros desperdiçados, o soldado está amparado
Pela melhor arma que se pode ter
A esperança de que um dia
Tudo o que se queria
Ainda um dia poderá ser!
E assim vai sobrevivendo, sofrendo, mas ainda querendo
Muito mais sobreviver...