Cognac
Derrama-se dourado como o visco das ideias
sobre a tela branca, taça fria de gelo.
Na espera por palavras tão vagar
o suor se forma além o vidro
e o perfume guarda o prazer do vício.
Fumaça também torpe o ambiente de cinza
de música que se repete e repete,
e repete buscar na memória a cada
desfrute dessa liquefeita inpiração
algo que se pertine desindizer.
Se desembuscar de lembranças.
A vigília se mistura a um sonho,
e o que vêm é mais que estado,
mais que embriaguês de contato,
é mistura lembrante a desacontecimentos,
mundos possíveis e atos,
dois ontens que são iguais.
Que são irreais.