Semeadura
Semeio o amor por onde ando...
E na vitrina de mim mesmo
Percebo minh'alma descalça e despida...
São tantos dissabores, tantos desenganos,
Que minha nudez íntima com o passar dos anos
Alicerçou no apogeu minha sensibilidade...
Fruto de uma sensualidade quebrantada pelo destino,
A semeadura do meu amor ficou intoxicada,
Por onde ando antevejo uma nova alvorada
Cujos alicerces me protegerão dos desatinos...
A colheita em meu âmago é vasta e profunda
E o sol no horizonte com seu brilho cristalino
Deixar-me-á imune das imundícies e das coisas imundas
Para que sejam banidos de mim sintomas de dor
E eu possa seguir caminhando e semeando amor!
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