EU VEJO FLORES

EU VEJO FLORES

Nos imensos jardins chamados “vida”,

Tabernáculo santo de uma beleza santa,

Tememos em adentrar ao roseirais,

E ferirmo-nos diante dos espinhos,

Atravessar rios, temendo as correntezas,

Atravessar portas, em encontro ao incerto,

Deixar o abajur ligado, devido ao escuro,

Protegermo-nos da chuva com receio de nos molhar-mos,

Não dizer o que pensamos e acreditamos para não polemizar,

Esconder anseios e desejos na ânsia de não machucar,

Abafar sentimentos, com a angustia de mais uma vez se decepcionar,

Sufocar a paixão por Ter medo de amar,

Eu vejo flores...

Não me importando com os espinhos, com as correntezas, com as lágrimas,

Uma linda rosa morena,

Plantada junto de um lago azul,

Recheio da ternura, da mágica beleza, da acentuada meiguice,

Eu vi flores...

Quando dela me aproximei e senti seu perfume,

Sua imponência e excelsa beleza,

Por tragédias da vida perdi minha rosa,

Mas continuei vendo flores...

Apesar de os espinhos me ferirem,

De correntezas de afogarem,

Das águas da chuva me molharem,

Percebi então, que não era a morena rosa que feria-me,

Nem as adversidades que me perseguiam,

Tudo dependia de como segurava a minha morena rosa,

Que continua a beira do lago azul,

Para que possa pela eternidade sentir seu perfume.

Sérgio Ildefonso Nov/2004-02-19

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Sérgio Ildefonso
Enviado por Sérgio Ildefonso em 19/09/2010
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