Infante

Sabe o riso que surge

Entre as marcas das suas bochechas,

Tão rosadas e tímidas?

É o mesmo que aparece nos meus sonhos vespertinos,

Quando largo a mochila escolar e,

Após o almoço, deito-me para relaxar...

Febre juvenil,

Respiração ofegante até no sono.

E as cobertas que, se quer, param quietas sobre o meu corpo.

O tilintar dos meus olhos, dormindo,

Misturado com a expressão do seu rosto, sorrindo,

Esfumaçam em segundos com o grito desesperado do despertador.

Hora de levantar

Cumprir uma agenda infante,

Postergar as cenas dos próximos capítulos

Para o descansar do dia seguinte.

Silvia Arcoverde
Enviado por Silvia Arcoverde em 27/09/2006
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