Limpo-me das tuas mentiras no avental
danço mãos pelos panos
desenganos e roupas no varal
treme a pele que meu corpo escondeu,
e lágrima que limpa breu, me estilhaça!
Tudo está por uma porta
Que me olha sorrisos coloridos...
Antes de ser morta por medos bandidos.
Meu amor quer chaves toda rua
maçanetas quebradas; vãos!
Meu amor quer ponte às travessias
lugar em vias de chegar; chãos!
Meu amor quer banhos vasta poeira
água em veias de sangrar; jarros!
Meu amor quer raso todo abismo
vôo livre de asas brancas; pousos!
Olho o ladrilho [Quanto tempo?]
Tento desumanamente lhe dar brilho
E já exausta, dou-me num salto
Dou-me conta...Me engatilho!
Atiro longe a panela...
Ouço gritos de vidros em mim.
Sim! Ainda me salvam janelas!