ESTRELA NUA
ESTRELA NUA
Eu que me sirvo de um banquete para o qual não fora convidado
Cometo todos os pecados do mundo mesmo duvidando em ser perdoado
Que acordarei amanhã com a inglória sensação de não tê-la ao meu lado
Que sentirei nos ombros o peso da cruz de mais uma passo dado errado
Que verei teu rosto, sentirei teu cheiro e no rosto dar-te-ei um beijo
Estrela nua, clara como a lua, radiante como o próprio desejo
Jóia rara, pedra preciosa...maravilhas que eu vejo
Sentinela da dor, poeta do amor, pelos cantos rastejo
Monturo da vida, escravo da morte, bastardo da sorte
Me entorpeço diante de sua presença e faço dela consorte
Beijar-te a boca, envolta em um abraço bem forte
Sonhar em ao teu lado desenharmos nosso próprio norte
Me entregar a loucura já complacente
Revelar-me na verdade incoerente
Possuir teu corpo de forma inconseqüente
Invadir tua alma e dar-te minha vida como presente
Abrandar meu espírito diante da tua calma não contestada
Desfalecer-me em teus seios...sonhado com a paz tão procurada
Dizer-te em versos, traduzidos em gestos o quanto é amada
Querer-te hoje, menos do que amanhã e mais do que na noite passada.
Sérgio Ildefonso Maio/2004
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