AMAR DEMAIS
Há mar demais
entre nós.
Não há jangadas,
catamarãs,
barco algum que possa
levar minha vida até a tua.
Estou na ilha onde, náufrago,
fui parar
e tu estás no continente.
Entre nós,
paredes de ondas.
Mas sonho contigo.
Todas as noites persigo teu olhar
e te conto histórias
cheias de candura e sossego.
Sinto-me feliz
por amar demais.
Contudo, a vida
teima em ser um mar
com suas horas, seus dias,
suas exigências,
e, cansados, silenciamos.
Em meu silêncio insular,
sonho em querer alcançar
o continente onde estás.
As ondas são fortes,
tubarões, Cila e Caribde me vigiam,
procelas despencam subitamente:
como poderei te alcançar?
Resta-me te ver passar,
amar demais e permanecer
preso na ilha da timidez.
Há mar demais
entre nós.
Não há jangadas,
catamarãs,
barco algum que possa
levar minha vida até a tua.
Estou na ilha onde, náufrago,
fui parar
e tu estás no continente.
Entre nós,
paredes de ondas.
Mas sonho contigo.
Todas as noites persigo teu olhar
e te conto histórias
cheias de candura e sossego.
Sinto-me feliz
por amar demais.
Contudo, a vida
teima em ser um mar
com suas horas, seus dias,
suas exigências,
e, cansados, silenciamos.
Em meu silêncio insular,
sonho em querer alcançar
o continente onde estás.
As ondas são fortes,
tubarões, Cila e Caribde me vigiam,
procelas despencam subitamente:
como poderei te alcançar?
Resta-me te ver passar,
amar demais e permanecer
preso na ilha da timidez.