Espécie

Espécie

Vim dizer-te que a quero em beijos

no acalanto de uma dor saudável

me arvorar em tua fenda

acostumar-me em tua pruma

Daqui se vai um raio douto

De curva sóbria e depravada

Veneziano e truculento

De amar é sangue que arde em ouro

Fazei de conta e de partida

Que em tu não podes ser desmedida

Fazei de mim o teu status

Pobre, porém, de alma limpa

Acorda a tua embarcação

Me leva em ondas turvas, descompassadas

Da tua lisa pele se esconde

O meu tesouro que há muito sabes

Vou revoltar-me contra-partida

Desmascarar-me ventre e bolso

Impulso sente ave seguida

De eterno espasmo e flor sem dono

Casa gripada respira o polém

Da primavera que trás seus anos

Atormentados estamos nós

Desde de que aqui pousou teus planos.

Rafael Santiago
Enviado por Rafael Santiago em 14/09/2010
Código do texto: T2497402