AMOR CATIVO
Não sou prisioneiro
além de mim mesmo.
Nem do mar
sem fim
de infinita saudade
nem do azul
etéreo
que me devolve
soberbo
a esperança
eterna
de um amor sem vaidade.
Não sou preso
nem dos montes despidos
que circundam o amanhã
pois a minha alma voa
para além deste corpo,
que contê-la eu não posso
e retê-la
certamente
é querer que magoa.
Não sou refém
quando assim voa
minha alma liberta
e diz do meu sonho profano
e fala deste amor
que é humano
e não peca pelo simples querer.
Não há cárcere que me aprisione
enquanto não for o amar volitivo
mas puder
também ele
navegar
para além de todos os mares
sobre o infinito azul do céu
e p'ra lá da montanha nua
que o pôr do sol recorta
e em cada ocaso recorda
teu corpo despido
ao meu lado estendido
para mais uma noite de amor.