AMOR CATIVO

Não sou prisioneiro

além de mim mesmo.

Nem do mar

sem fim

de infinita saudade

nem do azul

etéreo

que me devolve

soberbo

a esperança

eterna

de um amor sem vaidade.

Não sou preso

nem dos montes despidos

que circundam o amanhã

pois a minha alma voa

para além deste corpo,

que contê-la eu não posso

e retê-la

certamente

é querer que magoa.

Não sou refém

quando assim voa

minha alma liberta

e diz do meu sonho profano

e fala deste amor

que é humano

e não peca pelo simples querer.

Não há cárcere que me aprisione

enquanto não for o amar volitivo

mas puder

também ele

navegar

para além de todos os mares

sobre o infinito azul do céu

e p'ra lá da montanha nua

que o pôr do sol recorta

e em cada ocaso recorda

teu corpo despido

ao meu lado estendido

para mais uma noite de amor.

Jacinto Estrela
Enviado por Jacinto Estrela em 14/09/2010
Código do texto: T2496867
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.