Amantes safados

Amores irreais, ventanias paradas,

amantes iludidos, sonhos que se acabam

quando o sol dorme calado após chegar a noite.

Mergulho-te e gemo a sonhar nos teus carinhos.

Tua dor tudo me nega como se fosse uma quenga cega

e como se cega me olhasse,

insensível me abraçasse,

e em não sendo ela dor fosse dor malvada.

Quando os sonhos se acabam,

restam-nos os outros, sãos ou loucos,

vadios ou comportados, livres ou soltos,

como os que há dentro de nós amantes

afoitos pelas madrugadas, cegos pelo prazer.