na noite escura
no delinear das sombras
que nossos corpos sejam
testemunhas de arrepios
e os olhares
possam arrancar segredos
inconfessáveis
que seja lenta
a descoberta dos desejos
desfolhando-se a expectativa
como uma flor
palpável e sensível
que as bocas se procurem
com as línguas afoitas
encontrando-se no céu dos sentidos
que haja a doçura
do perceber-se na penumbra
na musica de fundo dos gemidos
que os corpos se deitem
e as pernas se entrelacem
prendendo-se os movimentos
para tempo de um longo beijo
cheio de desejo
que na penumbra do quarto
haja o pano de fundo da ternura
e quando de madrugada
a cortina balançar na janela
haja o recomeçar dos gestos
em busca constante
do infindável prazer
vem e abraça-me
toma meu corpo
ele sempre foi todo seu
todos os carinhos guardados
e tão sonhados
somente para suas mãos
ama-me!


 
Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 11/09/2010
Reeditado em 11/09/2010
Código do texto: T2490894