PALAVRAS-LÁGRIMAS

Como se fosse uma criança cega

Me deixei conduzir, aos tropeços

Para longe de ti.

Quando conta me dei

Havia uma barreira entre nós

Um fosso abismal

Que chupava neve

Que tragava rios colossais

Alargando a imensidão que nos distava.

Eu era só frio, e a noite precipitava

Como se fosse uma cortina de sombras

Ou um véu fúnebre

Que desbotava, as palavras-lágrimas

Emudecia minha boca e

Te calava

Ou se preferes, tua doce boca

Na minha se azedava

Na estação da despedida.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 25/09/2006
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