EIS MINHA AMADA

Com mãos faceiras e hábeis

Tomou seus versos impuros e sovados

Lavando-os com água fresca e amaciante.

A mais amante.

Pelo avesso,

Para que eles não perdessem suas rimas,

Entregou-os ao sol, através de varais fincados nos quintais,

Para que fossem iluminados com a luz da estrela.

Era tão bonito vê-la.

Enxutos, passou-os sob ferro em brasa

Borrifando neles perfumes feitos com extrato de flores

E lhes conferiu vincos impecáveis.

Poder-se-ia sentí-los sem pecados.

Feito isso, limpos e ordenados,

Guardou-os nas muitas gavetas de meu livro de cabeceira.

Fez-me apaixonado.