Ex...ato.

Ah,

Quantas lágrimas!

Quantas lágrimas você guardou para o jantar.

Quantas memórias vivas que dizes esquecidas emudeceu teu paladar.

Quantas juras e olhadelas, sonetos e piscadelas me fizeste admirar.

Quantas visitas em teus sonhos ela pôde conquistar.

Quantas vezes na falsidade de frias palavras, a tua voz em falsete a me gaguejar.

Ah, meu amigo.

Quantas foram as tuas menores dividas que conseguiste pagar.

Quantos roubos diurnos e descarados de beijos taciturnos eu vivi a esperar.

Quantos golpes deferidos em desejos oprimidos se põs a me contar.

E a adaga prateada lentamente em meu corpo a matar.

Ah,

Quantas lágrimas,

Quantas lágrimas meu amigo,

Mas que guardaste pro jantar.