ENCHARCADO DE ESPERANÇAS

De repente, a estiagem.

Dias e dias sem chuva,

céu cinzento, calor.

Poeira, poeira.

Espero a chuva

para ver lavado

o teto de minha casa.

As minhas lágrimas

são apenas água e sal.

Minha alma permanece assim:

cinza, suja, triste.

Tento caminhar,

mas o mormaço me corrói

o pouco de ânimo

que me resta.

No entanto, eu vejo

as nuvens se agrupando.

Virá a chuva e estarei

no meio da rua

encharcado de esperanças.