ENCRUZILHADA - Métrica 7
Encruzilhada
Eu perdi todo meu elã,
Passes depois de amanhã,
Terei palavras amigas.
Hoje não te falo nada,
Estamos na encruzilhada,
Vá em frente, não me sigas.
No passado fui teu fã,
De alma, corpo e mente sã...
Hoje, nesta encruzilhada,
Devo te esquecer amiga,
És dura como uma viga,
És bruxa, não minha fada.
Foste bombons de avelã,
Foste torta de maçã,
Ou goiabada com queijo.
Hoje és mulher rabugenta,
De querubim a nojenta,
De amoreco a percevejo.
Mas tenho forte esperança,
Que sejas minha bonança,
Meu forte, meu baluarte...
Pois no revezes da vida,
Eu só tenho a te querida,
Nunca deixarei de amar-te.
Terei palavras amigas,
Quero que de novo sigas,
Devolvendo todo meu elã.
Terás meu amor primeiro,
De amigo, de companheiro.
De esposo, de único fã.
É tanta a felicidade,
De ver a realidade,
Do vendaval à bonança.
Deixa-me de novo amar-te,
Meu amor, meu baluarte,
És meu quinhão de esperança.
Se quereres viver a vida,
Encontrado uma saída,
Salvando esta caminhada.
Venhas, dê-me a tua mão,
Abrindo teu coração,
Mudando nossa jornada.
A bruxa não serás então,
Saberás ouvir um não,
Vencendo outra encruzilhada.
Deixarás de ser a viga,
Serás sempre minha amiga,
"ternamente" minha fada.
Em teus pés verei o amanhã,
Horizonte de meu elã,
Minha última cavalgada,
Em galope doce e meigo
Muito embora eu seja leigo.
Serás para sempre amada.
Esqueças os dissabores,
Vamos viver de amores,
Deitados em leito de lã.
Ouvirás como te chamo,
Sentirás, bem, como te amo,
Hoje e sempre serei teu fã.
Goiânia, 08 setembro de 2010.