MINHA TÉLA

Não tenho o dom artístico do pintor,

pois vejo cenários com os olhos da Alma,

que gostaria fossem colocados na téla,

e aos poucos pincelando todas as cenas,

um lindo quadro apareceria fulgurante.

Inicialmente pintaria o sól se despedindo,

após cumprir uma estafante jornada,

que se inicia na aurora plena de luz,

dando vida após a madrugada acordar,

e o sereno se esvair em suaves gotas.

Quando vai caindo sereno no horizonte,

preguiçoso como se estivesse cansado,

pincelar no entanto as nuvens adjacentes,

com luzes fulgurantes de todas as cores,

e o sól num vermelho lindo então se despede.

Colocaria então jovens olhando encantados,

pois para eles o sól preparou todas as cenas,

sabendo que se amam em toda plenitude,

pois abraçadinhos ficam como que extasiados,

e no desfecho selam com beijos apaixonados.

Não deixaria de fóra quem ainda vive o amor,

mesmo que as idades já mostrassem as rugas,

pois a paixão não escolhe simetrias nem idades,

e quanto mais vivência ela mostra sua beleza,

pois foi construida em bases sólidas tão serenas.

Finalizaria minha téla apresentando uma criança,

num cantinho mostrando para a mamãe o que vê,

segurando numa mão uma rosa vermelho rubra,

parecendo até que combinou com o sól seu despedir,

e num sorriso intenso ele fecha os olhos até dormir.

07-09-2010