E a chuva bate nos canaviais…
Mais uma paisagem
Mais uns instantes
Da minha fuga nocturna de ti
E da tua de mim
E dou comigo a pensar
“Para onde vais
Meu amor
Para onde vais…?”
E esse tempo
Que já foi ameno
Já foi
Da mais plena abundância
É um tempo agora triste
De crise
Onde me ocorre imensa coisa
Onde o amor
Apesar de ser supremo
Já não tem
A mesma importância…
A paisagem muda mais uma vez
E só a chuva e a noite escura é o que prevalece
Dou comigo a olhar para o telemóvel
Mas ele não toca
Nada se passa
Nada acontece
E eu sei
Eu sinto
Que do outro lado do mundo
Imitas este gesto
À minha espera
Mas tal
Jamais irá acontecer
Eu amo-te
Sempre te amarei
Mas tenho que ir para longe
Demasiado
Porque esse amor
Mais do que me dar vida
Esse amor
Me faz morrer…
E a chuva ainda bate nos canaviais…