Para não dizer que não falei de amores....
Para não dizer que não falei de amores...
Ah! Esses amores fortuitos,
Que depois de romperem casulos,
Como borboletas libertas
boam com o vento,
E desaparecem no tempo.
Talvez fossem frágeis humores,
Ensaiando piruetas infantis,
Em seus pousos sutis,
Nas fecundas corolas de flores.
Ah! Esses amores estonteantes,
Que deixam-nos os corações,
Tão acelerados, ligeiros, vibrantes.
Num ritmo tão intenso,
Fazem-nos atropelar o verdadeiro
E único sentimento:
O amor maior. Amor imutável,
Eterno, profundo, inverso
à paixão humana, que agride,
Ameaça, deturpa, incendeia,
E se apaga por si mesma.
Enquanto a luz eterna celestial
Conserva seu brilho especial,
Constante, infinito, atemporal.