Ainda que...

Ainda que tomasse do Sol

O raio mais luminoso e, da estrela cadente

O mais incandescente brilho

Incomparável seria, à luz

De tua presença a iluminar a noite dos meu dias...

Ainda que buscasse junto à fonte que brota serena,

A água mais pura e cristalina,

E da copiosa chuva, as gotas mais generosas...

Seria incomparável à saciedade

De tua presença na aridez de meus desertos

Ah, meu amor...

Ainda que pedisse ao vento,

Seu sopro mais leve e o embalo mais silente...

Seria incomparável ao alento

De tua presença a embalar os sonhos meus...

Ah, ainda que rogasse ao mar

A brisa mais refrescante e, o seu mais suave frescor...

Seria incomparável ao refrigério

De tua presença a refrescar de minh’alma, todo ardor

Ainda que abocanhasse da Natureza

Toda expressão, toda beleza, todo canto e todo riso...

Seria incomparável à completude

De tua presença, a preencher de minha vida, os vazios...

Ah meu amor, ainda que

Roubasse das flores todos os perfumes, todas as cores

E as vozes dos anjos e das crianças, toda inocência

Seria incomparável à plenitude

De tua presença em meus jardins tão sombrios...

Ainda que suportasse do fogo todo calor

E da chama a arder, todo o vigor

Seria incomparável à tua acolhida

Na frigidez de meu coração, a aquecer-me os frios...

E se na loucura dessa busca

Acaso encontrasse, da bondade divina, o amor

Talvez então, acalmaria esse meu coração insano

Que na magnitude do teu ser, encontrou por fim, seu refúgio...

Gelci Agne
Enviado por Gelci Agne em 06/09/2010
Reeditado em 16/09/2010
Código do texto: T2482526
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