Ainda que...
Ainda que tomasse do Sol
O raio mais luminoso e, da estrela cadente
O mais incandescente brilho
Incomparável seria, à luz
De tua presença a iluminar a noite dos meu dias...
Ainda que buscasse junto à fonte que brota serena,
A água mais pura e cristalina,
E da copiosa chuva, as gotas mais generosas...
Seria incomparável à saciedade
De tua presença na aridez de meus desertos
Ah, meu amor...
Ainda que pedisse ao vento,
Seu sopro mais leve e o embalo mais silente...
Seria incomparável ao alento
De tua presença a embalar os sonhos meus...
Ah, ainda que rogasse ao mar
A brisa mais refrescante e, o seu mais suave frescor...
Seria incomparável ao refrigério
De tua presença a refrescar de minh’alma, todo ardor
Ainda que abocanhasse da Natureza
Toda expressão, toda beleza, todo canto e todo riso...
Seria incomparável à completude
De tua presença, a preencher de minha vida, os vazios...
Ah meu amor, ainda que
Roubasse das flores todos os perfumes, todas as cores
E as vozes dos anjos e das crianças, toda inocência
Seria incomparável à plenitude
De tua presença em meus jardins tão sombrios...
Ainda que suportasse do fogo todo calor
E da chama a arder, todo o vigor
Seria incomparável à tua acolhida
Na frigidez de meu coração, a aquecer-me os frios...
E se na loucura dessa busca
Acaso encontrasse, da bondade divina, o amor
Talvez então, acalmaria esse meu coração insano
Que na magnitude do teu ser, encontrou por fim, seu refúgio...