O poema quer companhia

 Meu poema quer os teus pés
Para equilibrar esse estado de delírio
Esse estado de sítio, de assédio...

 Meu poema quer ficar assim
Olhando você por dentro...
Até que consiga achar a saída de mim
Para entrar em você...

 Meu poema quer abrigo nos teus olhos
Quer passar do meio, quer atrever o umbigo...

Meu poema grita do alto daquela torre

Seu nome, sua parte mais íntima,
Quer te dar brilho e forma
E contorna os tímpanos com o vento...

 Meu poema quer teu sorriso
Tua cara de sono, teu peso na cama...
Meu poema é guloso
Quer todo teu gozo
E ficar com a cara ridícula do amor!

 Meu poema quer penetrar um pouco mais
Dentro dos ais
De um outro poema que você cria
Com minha companhia...

Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 05/09/2010
Reeditado em 05/09/2010
Código do texto: T2479917
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