AO SOM DE UM FADO

AO SOM DE UM FADO

Venero em versos o que não faço em gestos

Assombro em sonhos quando me restam restos

Deliro sozinho

Ouço sozinho

“Viajo” sozinho

E mesmo sozinho me sinto só

E só me deito ao teu lado

E só suspiro calado

Desnudo de tudo

Despido de um passado

Chorando

Bebendo um vinho verde ao som de um fado

Cansado

Estafado

Vivo

Como a melancolia do fado

Vivo

Como a reluzente cor do vinho verde

Te ver

Te tocar

Te sentir

Que se dane a gramática

Te vejo, te toco e te sinto de forma mais enfática

Acalanto sereno e eterno

Mesmo que a eternidade dure apenas essa noite

Mesmo que a tenra idade, hoje me é açoite

Pontuado por um ponto e uma virgula

Amado como um santo

Amante como um cão

Feliz

Por não ter morrido

Por te ter

E afinal ninguém morre de solidão.

Sérgio Ildefonso 22.02.2007

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Sérgio Ildefonso
Enviado por Sérgio Ildefonso em 05/09/2010
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