Assim fala meu Amor
Envaidece-me,
Voar com os pés fixos ao chão
E ver entre os lençóis
A dócil escultura que em ébrios,
Rega meus lábios
Silenciados na pureza do ardor!
Imaculado pela fraca luz,
Solto-me em prantos vagantes
Reinventando abecedários,
D’onde tua presença é torpor,
Inebriados a pele crua!
Ávido ao segredo,
Espelho-me na virtude
Nítida a fragrância deixada na seda,
Nas cores do camarim pintado
Em nostalgia e raros ensejos!
Etéreo pelo momento,
Jogo-me de corpo e alma
As folhas sobre a mesa,
Bebendo tuas palavras caladas,
Marcadas no teu beijo em meu peito!
Enfim, amo-te.
Em pauta, letra e musica,
Escorrendo-me em rezas,
Ora saudosas, ora seduzidas
Pela imagem resplandecente
De todo e qualquer firmamento!
Auber Fioravante Júnior
24/08/2010
Porto alegre - RS