AMOR NA CONTRAMÃO

As poesias perdem forças... não querem mais falar de nós.
Fazem greve, piquete, rebelião, motim... Abstinência.
Só murmuram seu nome acalentando-me dizendo que dor
maior eu teria caso não tivesse provado do âmago da paixão.
o que fazer agora com os outros livros que não serão escritos?
Apertados no canto a espera que alguém venha soprar
a poeira e passar as costas da mão para ler o titulo apagado.
Inexistente, páginas sem começo, sem meio, sem final feliz.
Pobre Evita sem Peron, não há mais inspiração nem sequer
transpiraçao... Não houve tempo para escrever a continuação
de romance de folhetim e distribuir os capítulos nas ruas de um
em um... De mão em mão...
Pra que se não poderias jamais ser chamado pelo nome próprio,
ser apontado como a inspiração de todos os meus escritos?
Continuemos amordaçados então. Vez ou outra deixando
pistas indeléveis na poesia, para os que amam entenderem,
o tal do amor na contramão contado nessas entrelinhas.
Railda
Enviado por Railda em 03/09/2010
Reeditado em 22/07/2013
Código do texto: T2475735
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